Abordagens Epistemológicas e Pluralismo na Pesquisa em Contabilidade:
para além do paradigma dominante
DOI:
https://doi.org/10.33167/2184-0644.CPP2021.VVIIN1/pp.59-75Palavras-chave:
Contabilidade, Epistemologia, Abordagens funcionalistas, Abordagem Interpretativa, Abordagem radicalResumo
O conhecimento científico dominante em contabilidade é reducionista e acarreta consigo os pressupostos ontológicos, epistemológicos e metodológicos da abordagem paradigmática em que se desenvolveu, ou seja, na sua esmagadora maioria não leva em conta o quadro conceitual, valores, crenças e entendimentos subjetivos em que os atores se movem. Assim, o objetivo deste artigo é provocar uma reflexão sobre o paradigma teórico dominante na investigação em contabilidade, evidenciando a importância de abordagens alternativas. Do ponto de vista metodológico, será feito o levantamento do “estado da arte” da pesquisa em contabilidade, enquadrando-se esta pesquisa no tipo de ensaio teórico ou de revisão da principal literatura. Para tanto, assumiu-se como questão de partida — como enriquecer a informação contábil, através da contribuição dos paradigmas interpretativo e crítico, dadas as reconhecidas limitações epistemológicas das abordagens funcionalistas. Este artigo, partindo da tipologia desenvolvida por Burrel e Morgan (1979) — duas dimensões, quatro paradigmas —, revisita diferentes possibilidades epistemológicas e apresenta reflexões sobre a contribuição destas abordagens para a pesquisa identificando pressupostos, vantagens e limitações de cada um dos quatro paradigmas. Neste trabalho, chega-se à conclusão de que é um erro estigmatizar os diferentes paradigmas teóricos, pois todos são legítimos; apenas, as pesquisas em concreto, efetuadas nos seus respetivos paradigmas, podem ser boas ou más. Esta reflexão epistemológica é relevante para o atual debate na medida em que há políticas editoriais que recusam a publicação, independentemente, do valor intrínseco da pesquisa que não se enquadre no paradigma dominante (Baker e Bettner, 1997).
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