Arena pública na internet em defesa da universidade pública no Brasil:
Estratégias de #UERJResiste
DOI:
https://doi.org/10.33167/2184-0644.CPP2021.VVIIN2/pp.111-138Palavras-chave:
movimentos sociais em rede, arenas públicas, comunicação estratégica, resistência, etnografiaResumo
Sob o paradigma da sociedade em rede proposto por Castells (2003), observamos que as redes sociais na internet são importantes veículos de dramatização das cenas públicas. Os movimentos sociais em rede mobilizam seus esforços para fomentar e equilibrar o debate público a seu favor. Neste artigo objetivamos compreender como as estratégias de comunicação da página #UERJResiste no Facebook, em defesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, se apresentaram como uma arena pública (Cefaï, 2017a, 2017b) no período de janeiro a abril de 2017. Dentro do percurso metodológico foram levantadas 266 postagens, através das quais imergimos na descrição etnográfica (Laplantine, 2004) do movimento social. Também foi realizada uma entrevista com um dos administradores da página, de maneira a entender como são produzidos os conteúdos e compor uma análise situacional. Como resultado, identificamos quatro categorias que se constituem também como estratégias de comunicação e que nomeamos como: políticas midiáticas, discursos do resistir, partilhas educativas e poéticas da identidade. Diante dos discursos de privatização da Educação no país e os ataques à sua autonomia e aos seus profissionais, entendemos o movimento #UERJResiste como protagonista de uma importante narrativa a ser divulgada, refletida e discutida em defesa da universidade pública brasileira. Entre as principais contribuições deste estudo está a reflexão sobre os movimentos sociais em rede sob uma perspectiva etnográfica de uma arena pública. Destacamos também uma compreensão da comunicação estratégica nas dinâmicas cívicas, ressaltando a importância da autonomia das universidades para a consolidação democrática e a participação cidadã.
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